Bernardo Maciel na Forbes PME Power

Num cenário global marcado pela incerteza e pela mudança acelerada, a inovação deixou de ser uma escolha para se tornar uma condição de liderança. Foi este o mote da intervenção de Bernardo Maciel, CEO da Yunit Consulting, no palco do evento Forbes PME Power.

Dirigindo-se às chamadas "empresas gazela" — PME com crescimento acelerado e elevado potencial — Bernardo Maciel guiou a audiência pelo universo dos incentivos e benefícios fiscais, sublinhando que apenas projetos verdadeiramente diferenciadores e inovadores terão espaço para captar o apoio do financiamento público.

O contexto: liderar num mundo de incerteza

Vivemos num período económico que o economista Nouriel Roubini classifica com os "4 News": New Abnormal, New Normal, Uncertain e Unexpected. Bernardo Maciel destacou que o inesperado passou a ser a regra, num contexto marcado por quatro grandes desafios que estão na cabeça de todos os empresários:

• Geopolítica e fragmentação: A transição de uma globalização previsível para uma regionalização da economia, agravada por conflitos que perturbam as cadeias de valor.
• Transição energética: A procura incessante por energia barata e limpa para sustentar a produção europeia.
• Demografia e talento: A pressão sobre a capacidade de resposta ao nível dos recursos humanos qualificados, um desafio constante em Portugal.
• Revolução tecnológica: A adoção da Inteligência Artificial não como um problema, mas como uma ferramenta essencial para a produtividade e eficácia.

Neste ambiente vertiginoso, a mensagem foi clara: "A única forma de nós podermos liderar é através da inovação".

Inovar: transformar conhecimento em valor

Inovar não é apenas ter laboratórios futuristas ou tecnologia de ponta. Para a Yunit, inovar é "transformar conhecimento em valor", é ter a coragem de fazer diferente e criar soluções que o mercado valoriza.

Citando Schumpeter e a teoria da "destruição criativa", Bernardo Maciel reforçou que o crescimento sustentado assenta na capacidade de o "novo substituir o velho", seja através de novos bens, novos métodos de produção ou novos mercados.

Os instrumentos de financiamento: alavancas para o futuro

Para materializar esta inovação, as empresas portuguesas têm à disposição instrumentos fundamentais como o Portugal 2030 e o PRR. Durante a apresentação, foram destacados quatro instrumentos estratégicos para quem pensa a longo prazo:

• Inovação Produtiva: Com uma dotação de 370 milhões de euros, este sistema apoia a criação de novos estabelecimentos ou alterações fundamentais nos processos, sendo crucial para projetos entre 300 mil e 25 milhões de euros.
• Internacionalização: Num mundo onde os mercados mudam rapidamente, este apoio é essencial para o conhecimento e prospeção, permitindo "produzir o que conseguimos vender" em vez de tentar vender apenas o que produzimos.
• Investigação e Desenvolvimento (I&D): O desafio passa por transferir a ideia do laboratório para o mercado de forma rápida e válida, aproveitando os apoios para financiar as equipas qualificadas.
• Benefícios Fiscais (SIFIDE): Instrumentos como o SIFIDE permitem recuperar investimento realizado em I&D, sendo vitais para a capitalização das empresas, um dos pontos críticos do tecido empresarial português.

Portugal: Um momento de oportunidade

Apesar dos desafios, a visão partilhada foi de otimismo. Portugal vive um momento de grande atratividade internacional, captando investimento não só dos parceiros tradicionais, mas de economias sofisticadas como os EUA, Singapura ou Canadá, que procuram no nosso país talento e capacidade de resposta.

Como concluiu Bernardo Maciel, "a inovação é a ponte entre o país que temos e o país que queremos ter". Cabe às empresas atravessar essa ponte com coragem, visão e o apoio dos parceiros certos para transformar ambição em resultados.

👉 Assista à intervenção completa de Bernardo Maciel e descubra as ideias partilhadas.