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Em Portugal, gostamos de falar de inovação, mas continuamos a tratá-la como um luxo em vez de a assumir como a única saída estratégica para o futuro. O Relatório Nacional de Inovação 2024, recentemente publicado, é claro: avançámos, mas não o suficiente. Crescem as startups, aumentam as patentes e multiplicam-se os incentivos fiscais. No entanto, ainda estamos longe de uma verdadeira economia assente no conhecimento, com empresas a liderar globalmente. Falamos muito de inovação, mas investimos pouco, arriscamos menos e, demasiadas vezes, ficamos presos à dependência de fundos públicos como se fossem a salvação.
É inegável que temos talento, investigação de qualidade e setores que já se projetam no mundo. Mas a verdade é que o tecido empresarial português continua tímido, sem a ousadia necessária para transformar ideias em grandes negócios, ciência em indústria, tecnologia em valor exportável. Falta-nos escala, mas sobretudo falta-nos coragem. E essa coragem não se compra com mais burocracia nem com dossiers intermináveis para captar apoios. Compra-se com visão, com investimento privado robusto, com capital de risco que arrisque mesmo, com empresas que não tenham medo de competir nos mercados mais exigentes.
O relatório aponta caminhos: clusters de inovação, consórcios estratégicos, retenção de talento, alinhamento com a transição verde e digital. Tudo isto é válido e urgente. Mas sem uma mudança de atitude, continuaremos a viver da exceção e não da regra. Não podemos contentar-nos em ser "bons alunos" da União Europeia quando a meta devia ser ambicionar a liderança. Temos de deixar de olhar para a inovação como um custo e começar a vê-la como a mais valiosa das oportunidades.
Em suma, Portugal já não pode dar-se ao luxo de tratar a inovação como algo acessório. Está em causa a nossa produtividade, a nossa competitividade internacional e a nossa sustentabilidade futura. As empresas têm de assumir esse desígnio, com mais ousadia e menos hesitação, comprometendo-se de forma clara com a inovação, arriscando mais e dependendo menos do Estado, ou estaremos condenados a repetir todos os anos a mesma conversa: muito potencial, pouca transformação. O momento de transformar potencial em realidade não é distante nem abstrato. É agora. E é responsabilidade de todos — sobretudo das empresas — não deixar escapar mais esta oportunidade.
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