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Um retrato da agricultura portuguesa

15 07 2021
Um retrato da agricultura portuguesa

O Recenseamento Agrícola é uma operação estatística de grande dimensão realizada pelo Instituto Nacional de Estatística.

Um retrato da agricultura portuguesa A divulgação dos resultados do Recenseamento Agrícola permite:
  • Caracterizar a agricultura portuguesa, proporcionando um quadro de informação completo e indispensável à tomada de decisões no âmbito das políticas agrícola, regional e territorial;
  • Conhecer, até ao nível da freguesia, o número de explorações agrícolas, a área das culturas, o número de animais por espécie e categoria, as máquinas e os equipamentos, a mão de obra e a população agrícola familiar;
  • Obter indicadores ligados às práticas agrícolas e ao ambiente;
A publicação aborda os seguintes temas: Estrutura das explorações agrícolas; Utilização das terras; Rega; Efetivos animais; Máquinas agrícolas; Mão de obra agrícola e caracterização do produtor singular e dirigente das sociedades agrícolas; Agricultura Biológica; A agricultura portuguesa no contexto europeu. Apresentamos alguns dos resultados do Recenseamento Agrícola de 2019 realizado pelo INE.

Utilização das terras

Verificou-se um aumento da dimensão média das explorações agrícolas na última década. Intensificou-se a empresarialização da agricultura, com as sociedades a gerirem 1/3 da Superfície Agrícola Utilizada e mais de metade das Cabeças Normais. As grandes unidades produtivas, embora representem apenas 4,0% das explorações, geraram 64,8% do VPPT.  Verificou-se um reforço da especialização, tendo as explorações especializadas aumentado 7,0% e o respetivo Valor da Produção Padrão crescido 49,9%. A especialização em culturas permanentes foi a que registou o maior crescimento do número de explorações, principalmente devido às explorações especializadas em frutos de casca rija e frutos tropicais que aumentaram 96,7% e 100,2%, respetivamente. Na pecuária assistiu-se a decréscimos no número de explorações especializadas em bovinos de leite (-47,3%), ovinos e caprinos (-11,9%) e aves (-8,8%). A Superfície Agrícola Utilizada cresceu e alterou significativamente a sua composição. Verificou-se um decréscimo relevante nas terras aráveis, compensado pelos expressivos aumentos das áreas das culturas e pastagens permanentes. Os prados temporários e culturas forrageiras aumentaram 12,0%, passando a ocupar praticamente 2/3 da superfície de terras aráveis. Redução das áreas de cereais para grão e da batata. Em contrapartida, verificou-se um aumento significativo da superfície de leguminosas para grão, em parte devido à diversificação das culturas, prática cultural elegível no âmbito da componente greening. O aumento da superfície de hortícolas em 8,3% traduz a dinâmica do setor nesta década, com o crescimento da área de estufas a refletir precisamente esse esforço de investimento na produção hortícola. Também o setor das flores e plantas ornamentais registou uma expansão das áreas instaladas.

Fruticultura: uma forte aposta da última década

Verifica-se a expansão e modernização dos olivais e pomares, em particular de frutos pequenos de baga, subtropicais e amendoais. Ocupam a maior área dos últimos 30 anos. Verificou-se uma importância crescente da produção de frutos frescos no interior Norte e Centro e da produção de frutos subtropicais no Algarve (abacate) e litoral Norte (kiwi). Crescimento exponencial do amendoal no Alentejo e Beira Interior e dos frutos pequenos de baga. Mas o investimento na fruticultura não ficou circunscrito a estas culturas emergentes, tendo-se estendido aos citrinos e aos frutos frescos de climas temperados, cujas áreas aumentaram 14,1%, destacando-se os pomares de macieiras, pereiras e cerejeiras. A produção de frutos de casca rija foi outra forte aposta na última década, que levou praticamente à duplicação das áreas. Para além da instalação de modernos e intensivos amendoais no Alentejo e Beira Interior, que muito contribuíram para a duplicação de área, face a 2009, verificaram-se também aumentos das superfícies de castanheiros e de nogueiras. Ainda assim, a área de olival e vinha representa 64,0% da superfície total com culturas permanentes.

Rega

A superfície potencialmente regada aumentou 16,6%, passando a beneficiar 69,7% dos pomares de frutos frescos, 11,5% dos pomares de casca rija, 31,7% dos olivais e 27,8% das vinhas. De referir que a utilização de informação de apoio à gestão da rega, obtida a partir de sondas de medição de humidade no solo e/ou dados meteorológicos, de deteção remota, como imagens de satélite, drones, ou fotografias aéreas; ou por aconselhamento técnico, é uma prática presente em apenas 2,9% das explorações que regam, mas que, potencialmente, permite gerir quase 1/3 da área regada.

Efetivos animais

Caracteriza-se de seguida a evolução dos efetivos por tipo de animal:
  • Bovino: redução do número de explorações e aumento do efetivo. Quase 2/3 do efetivo bovino é explorado em regime extensivo e 1/3 dos animais estabulados pastoreiam;
  • Suíno: aumentou. Cerca de 2/3 do efetivo suíno estabulado está alojado em instalações de pavimento com grelha parcial;
  • Ovino: sem grandes alterações;
  • Caprino: decresceu, mas os grandes rebanhos, com mais de 500 caprinos, aumentaram quer em número quer em efetivo;
  • Avícola: aumentou 1,5 vezes a dimensão média de aves por exploração;

Mecanização e agricultura de precisão

Verifica-se uma estabilização da utilização de trator. Por outro lado, a utilização de máquinas automotrizes de colheita de azeitona, uva e amêndoa, mais que quadruplicou. Nota ainda para o surgimento, frequentemente associado à mecanização, de tecnologias avançadas de agricultura de precisão. Trata-se de obtenção de dados georreferenciados, de satélite, de drones, de sensores e outros, que permitem intervenções dirigidas e zonalmente diferenciadas. Isto tem aplicabilidade na aplicação de fertilizantes e fitofármacos, regas, sementeiras/plantações, etc. Apesar de ainda ser uma realidade marginal, com 0,3% das explorações a referirem a disponibilidade desses dados e 0,2% a efetuarem operações culturais com taxa diferenciada em resultado da análise dos dados georreferenciados, as áreas e os efetivos associados a essas explorações são bem mais importantes.

Agricultura biológica

As explorações certificadas para a produção em modo biológico triplicaram.  Nas culturas temporárias em agricultura biológica, predominam os prados temporários e culturas forrageiras, devido à pecuária produzida em modo biológico, seguindo-se os cereais para grão, as culturas hortícolas e as leguminosas secas para grão. Relativamente às culturas permanentes em modo de produção biológico, o olival é a cultura mais importante, seguindo-se os frutos de casca rija, a vinha e os frutos frescos. No entanto, a representatividade dos frutos pequenos de baga em modo de produção biológico é de 12,4%, a mais alta de todas as culturas.

Qual o seu projeto?

Este é o retrato atual da agricultura portuguesa. A sua exploração agrícola está preparada para contribuir para a melhoria destes indicadores?

Qual o seu desafio?

Até ao final do ano abrirão novos avisos do Programa de Desenvolvimento Rural para apoiar investimentos na exploração agrícola e investimentos na transformação de produtos agrícolas Conte-nos a sua ideia, porque dar o salto passa por investir em agricultura inovadora. Célia Esteves Diretora de Sistemas e Processos

JUNTOS VAMOS DAR O SALTO!

Para mais informações agende uma reunião com os nossos especialistas através do número: 21 330 72 02. Ou envie as suas questões para o e-mail: contacto@yunit.pt  
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