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Portugal sobe no ranking europeu da inovação. Mas é suficiente?

22 07 2025 Eduardo Silva, Diretor de Operações
Portugal sobe no ranking europeu da inovação. Mas é suficiente?

O European Innovation Scoreboard (EIS) é a avaliação oficial da Comissão Europeia sobre o desempenho dos países da UE em matéria de inovação. Baseado em 32 indicadores — que vão desde investimento em I&D a capital humano, exportações tecnológicas e intensidade digital — o EIS classifica os Estados-Membros em quatro grupos: Líderes, Fortes, Moderados e Emergentes.

No European Innovation Scoreboard 2025, publicado a 15 de julho, Portugal sobe ao 16.º lugar entre os 27 países da UE, com 90,7% da média europeia, consolidando-se como “Inovador Moderado”. O progresso é claro: mais 3 posições face a 2024 e um crescimento de 9 pontos percentuais desde 2018. Mas há nuances importantes.

Entre os indicadores mais positivos, destacam-se o apoio público à I&D nas empresas, onde lideramos a nível europeu, a qualificação da população (nomeadamente em doutoramentos e aprendizagem contínua), a boa adoção de serviços digitais e o desempenho ambiental. Há também sinais de vitalidade científica: Portugal apresenta uma elevada taxa de copublicações internacionais e atratividade para doutorandos estrangeiros.

No entanto, persistem lacunas estruturais. A inovação empresarial permanece pouco intensiva, a despesa privada em I&D está aquém, o capital de risco representa apenas 36% da média UE e as exportações de tecnologia continuam limitadas. As PME portuguesas inovam, mas não o sabem fazer de forma estruturada e quantificada. Apesar do esforço, esta falta de estrutura leva a que não exista visibilidade destes investimentos em I&D, o que tem um efeito de travar a difusão da inovação em toda a economia.

Apesar de estes resultados mostrarem um país com progresso, mostram também um risco: o de estabilizar num patamar mediano. A trajetória desde 2020 (ano em que Portugal foi classificado como “Fortemente Inovador”) mostra oscilações. Em 2025, recuperamos terreno, mas o crescimento europeu foi mais rápido.

É preciso ir além do financiamento público. O setor privado deve assumir maior protagonismo. Há boas notícias: o ecossistema de startups cresce (3,6 mil milhões de euros captados entre 2020 e 2023) e surgem novos polos de inovação, como o EIT Community Hub, em Lisboa. Mas para entrar no grupo dos “Inovadores Fortes”, Portugal terá de acelerar. Apostar mais em I&D empresarial, escalar a inovação nas PME, projetar valor para fora e consolidar hubs regionais.

Portugal está, pois, num ponto de viragem. A melhoria no European Innovation Scoreboard 2025 é sinal de resiliência e capacidade, mas também de um sistema que precisa de consolidar os seus avanços e acelerar as reformas estruturais. A inovação não é apenas uma meta — é um imperativo estratégico para um crescimento económico mais sustentável, competitivo e inclusivo.

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